Casas populares: Nardi defende apuração rigorosa de desvios
Diante da comprovação de dois casos pela Emdurb, e da existência de inúmeras denúncias quanto aos chamados “contratos de gaveta”, Nardi pediu rigor na apuração dos fatos e na fiscalização deste e de futuros empreendimentos construídos com recursos do “Programa Minha Casa, Minha Vida” do governo federal.
“Este programa embasou a entrega de casas que, pela primeira vez, permitiu que moradores de habitações em áreas de risco, em favelas, tivessem acesso a uma moradia digna, bem construída. Por isso, não é possível que essas pessoas negociem suas casas. É um absurdo”, enfatizou.
Lembrando que as prestações das 494 unidades do “Marina Moretti” variam entre 25 e 80 reais, Nardi observou que “se tomarmos o custo médio de uma prestação em 50 reais, para pagar em 10 anos, isso significa que essas pessoas vão pagar seis mil reais”. E prosseguiu: “Não é preciso ser especialista para entender que o valor do terreno, mais o valor da construção, as benfeitorias e toda a infraestrutura, como aquecedor solar, reservatório para 500 litros de água, iluminação pública etc, não custariam menos de 60 mil reais”.
O presidente da Câmara ressaltou que os recursos empregados neste programa habitacional saem do bolso do trabalhador: “São verbas do FGTS, do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), de todos os contribuintes que estão bancando essa diferença. Por isso, é inadmissível que alguém negocie essas casas”.
Finalizando, Nardi disse que também há denúncias sobre o uso indevido da linha de crédito disponibilizada pela CEF aos mutuários para aquisição de móveis e eletrodomésticos: “O que nós pedimos é que a Emdurb e a própria Caixa Econômica façam sobre essas questões uma vigilância permanente e que ajam com rigor no cumprimento das disposições previstas nos contratos firmados”.
MANIFESTAÇÕES
Com aprovação unânime, o requerimento do presidente Nardi recebeu o apoio dos vereadores José Bássiga da Cruz, Mário Coraíni Junior, Cícero do Ceasa, Samuel da Farmácia e José Menezes que se manifestaram na tribuna contra a venda ou locação de casas populares. Eles destacaram a necessidade dos órgãos fiscalizadores atuarem com firmeza para impedirem essas irregularidades e parabenizaram o autor da matéria pela iniciativa.