Presidente Damasceno diz que a Câmara irá cobrar retorno das catracas no terminal

por Norton Emerson publicado 20/12/2017 14h25, última modificação 20/12/2017 14h25
Em conversa com usuários e comerciantes, Damasceno ouviu apelos para o retorno das catracas e o fim do passe integração

O presidente da Câmara, Delegado Wilson Damasceno (PSDB) esteve no Terminal Rodoviário Urbano de Marília para saber qual a impressão dos usuários do transporte coletivo, sobre a retirada das catracas de acesso e o novo sistema de integração.

As catracas foram retiradas em julho, para padronizar o novo sistema de integração eletrônica, (quando o usuário, com o cartão integração, pode trocar de ônibus em qualquer ponto e quantas vezes quiser, no prazo de uma hora e quarenta minutos) implantado na cidade.

Damasceno esclarece que, em seu gabinete, tem recebido inúmeras reclamações diárias sobre o novo sistema de integração e da falta de segurança no terminal, após a retirada das catracas.

“Conversei com uma senhora que chegou a gastar R$ 24,00 em apenas um dia, para ir e voltar do trabalho. A integração não está sendo boa para a população e iremos cobrar uma solução para isto”, disse o presidente da Câmara.

O auxiliar de limpeza, Valdeci da Silva se diz insatisfeito com o novo sistema.

“Não está me favorecendo e acredito que a ninguém, apenas às empresas estão sendo favorecidas. Fui trabalhar hoje e tive que pagar 3 conduções. Com o meu salário não dá para pagar isso todo dia”.

Alice Bueno, pensionista, diz que não possui o cartão integração e, por isso, usar o transporte coletivo em Marília acaba custando caro.

“A gente já ganha pouco. Agora tenho que pagar 4 passagens, quando tenho que fazer exames de saúde? Não dá”.

Sobre a retirada das catracas, Wilson Damasceno afirma que a Câmara irá cobrar a recolocação dos equipamentos, atendendo aos pedidos da população.

“A Câmara quer saber por que as catracas não foram recolocadas, uma vez que, a prefeitura já determinou neste sentido? Não existe um contrato que determine isso? Nós queremos ver este contrato e quem o assinou, em prejuízo da população e favorável às empresas de transporte”, explicou.

O aposentado Lucio Costa, disse que as catracas precisam voltar rapidamente.

“Tem que fechar o terminal urgentemente e com catracas altas, como existem na Capital. A insegurança está demais”.

Para a aposentada, Sueli de Souza, o risco de assalto aumentou após a retirada das catracas.

“Agora tem mais risco de roubo. As pessoas estão se sentido mais inseguras no terminal. Acho que teria mais segurança com a volta das catracas”.

Patrícia Luccas, auxiliar de cozinha, afirma que não é seguro utilizar o terminal, no período noturno.

“Dá medo de frequentar o terminal de noite. Quando a gente volta de uma consulta que termina tarde, tem muita gente suspeita do seu lado. Tem vários andarilhos pedindo dinheiro que você não sabe se ele vai fazer algum coisa ruim”, disse Patrícia.

Wilson Damasceno disse que não são apenas os usuários do transporte coletivo que têm reclamado da insegurança no terminal.

“Também falamos com comerciantes que investiram para abrir e manter um negócio aqui e eles relataram que o movimento caiu bastante, por causa da presença de pessoas em atitude suspeita que passaram a frequentar o terminal, após a retirada das catracas. Por isso, vamos cobrar, efetivamente, o retorno destes equipamentos, o mais rápido possível”, finalizou Damasceno.

Na terça-feira, 19, o presidente da Câmara enviou uma solicitação, por escrito, ao prefeito Daniel Alonso, cobrando a reinstalação das catracas, por considerar que a segurança do terminal ficou seriamente comprometida sem os equipamentos.

A Prefeitura de Marília informou que notificou a AMTU para o retorno das catracas, na sexta-feira, 15, por meio de Aviso de Recebimento (AR) e que, após o retorno de recebimento, as empresas terão o prazo de 48 horas para a recolocação das catracas.

A assessoria de imprensa da Associação Mariliense de Transporte Urbano (AMTU) informou que as empresas não foram notificadas oficialmente, sobre a determinação da prefeitura para o retorno das catracas e que, por isso, nenhuma atitude foi tomada, ainda.